terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O tempo das bibliotecas

As Bibliotecas conduzem um circuito de silêncio preparado desde largos confins do tempo, como uma cerimónia para novos espectadores. Fazem-no um pouco como as velhas glórias do passado, como uma pirâmide em Gizé, ou a Torre de Mangia, em Siena a olhar persitentemente para nós, para tantos nós a desfilar no horizonte. 

As Bibliotecas forram-se de esperança e ingenuidade na sugestão de possibilidades. Essa imaginação de latitudes que nos deu O Tigre da Malásia, Siddharta ou Alice no país das maravilhas. Essa fuga para um outro mundo que era O apelo da selva de Jack Lonon a mergulhar nos contrafortes do natural, ou só a sabedoria de Thoreau a contar macieiras nas margens do Walden. 

As Bibliotecas, todas elas avançam como um exército de ideias, sempre em silêncio, sempre na inocência de quem apenas quer abrir uma possibilidade. As Bibliotecas juntam as nossas memórias e quando perdemos os seus artefactos, os livros é a nossa própria história que passou a um átomo esquecido no Universo, são as nossas emoções que se volatilizaram no tempo. Os livros são nelas as ferramentas da construção de uma emoção, a frágil margem do tempo.

Imagem: Copyright - Public Library of Lima

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