O
que faz a grandeza do livro é a sua essência, isto é, não a leitura em
si, mas a criação das imagens que ela suscita. Podemos dizer que a
leitura vale pela sua literacia. O livro é o único suporte de leitura
que se basta a si próprio, pelo que só depende do leitor, do seu tempo
privado, ao contrário da televisão, ou do cinema. O livro chama-nos,
carece do nosso entusiasmo. Ler é assim, acima de tudo, o momento de
construção de imagens, “o levantar a cabeça”, imaginado essas imagens
que a leitura trouxe. A leitura, a sua essência repousa na construção
dessa reflexão, nesse tempo individual. A leitura isola o leitor,
permite a imobilidade, instala o silêncio e concede-nos um processo de
contra-movimento contra a cidade, o grupo, o barulho, o movimento, os
outros, libertando-nos do tempo.
Os livros são assim os elementos de um ritual de silêncio e descoberta, os instrumentos para a construção dum paraíso, essa divindade, de que tanto carecemos, justamente as Bibliotecas. Com elas e neles vivemos momentos, como respiração de recolhimento e reflexão. É dos livros e do seu silêncio ordenado que recebemos essa energia que nos permite descobrir em poucos anos universos inteiros. É pelos livros, pelas suas palavras, que damos peso, estrutura ao que somos. É na respiração das palavras que anunciamos as formas como que vemos o mundo, e somos muito, “aquilo que as palavras ouvem” (Manuel António Pina) e é por isso que eles são a mais bela forma de registar o mundo e as suas cores.
Os livros são assim os elementos de um ritual de silêncio e descoberta, os instrumentos para a construção dum paraíso, essa divindade, de que tanto carecemos, justamente as Bibliotecas. Com elas e neles vivemos momentos, como respiração de recolhimento e reflexão. É dos livros e do seu silêncio ordenado que recebemos essa energia que nos permite descobrir em poucos anos universos inteiros. É pelos livros, pelas suas palavras, que damos peso, estrutura ao que somos. É na respiração das palavras que anunciamos as formas como que vemos o mundo, e somos muito, “aquilo que as palavras ouvem” (Manuel António Pina) e é por isso que eles são a mais bela forma de registar o mundo e as suas cores.

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